sexta-feira, 17 de julho de 2009

RETIRO INACIANO

(I Dia)

Neste momento vejo tudo o que me rodeia.
É preciso deixar-se amar por Jesus para encontrar-me (Deus esta em mim. Esta em toda parte. Sou como a terra seca sem água. Busco a Deus), para tal preciso reconhecer minha pequinês e viver (Ver como Deus me trouxe aqui), o estado de graça (Graça – Pedir a graça – Ó Deus, perscruta-me o meu coração; prova-me e conhece meus pensamentos. Vê portanto, se eu ando pelo caminho perigoso e conduz-me pelo caminho duradouro), que este momento me proporciona.
Tenho estado longe de Jesus (O que Deus quer de mim. Dizer a Deus que Ele pode me interpelar). Tenho que rezar muito mais e buscar pelas cosias do céu, preciso louvar mais porque louvar é uma reação espontânea de quem esta próximo de Deus.
Preciso voltar meus olhos para dentro de mim fazendo uma inflexão de minha fé, abandonando a ansiedade e a anciosidade, buscando a harmonia entre corpo, coração e mente para assim encontrar a paz.
Quem esta em paz difunde a paz.

(II Dia)

Hoje estou buscando configurar-me em Deus.
CONFIGURADO – aquele que leva a figura de Deus consigo. Preciso de uma relação de fé, uma relação interpessoal onde possa viver o processo de conversão, ser discípulo, colocar como pano de fundo em minha vida o amor e a misericórdia.
O que devo fazer então? Descalçar-se, despojar-me de minhas prerrogativas pessoais, por-me diante de Deus, entrar na presença Dele, serenar-me, olhar a vida que estou levando...
Procurar-me ver como Deus esta me conduzindo...
Perceber que Ele sempre esteve ao meu lado...
Tomar a consciência que o retiro e os exercícios espirituais farão com que eu perceba as motivações presentes em mim que me fazem avançar...
Só avançarei à medida que estiver disposto a conversão...
Preciso compreender o que é o pecado.
PECADO – é a negação de tudo aquilo que Deus pensou do homem. É agir de modo oposto e contrário ao modo de agir de Deus. É não querer ser filho. É o servir aos ídolos da morte e opor-se ao Deus da vida. É um não a solidariedade e um centrar-se sobre si mesmo. É um não a liberdade e um uso da liberdade a serviço do egoísmo. Pecado é o deu a morte ao Filho de Deus e segue matando filhos de Deus.
A raiz de todo pecado é o egoísmo. Diante deste mal eu tenho dificuldade de reconhecer-se como pecador.

Então como resistir a tentação:
Enquanto vivendo neste mundo, não estarei sem tentação.
“A minha vida na terra é uma continua tentação.”
Devo ser muito cuidadoso nas minhas tentações, procurando ser vigilante na oração, e não dar ilusões ao demônio, que nunca dorme e não cessa de andar à minha roda a fim de devorar-me.
Não sou tão santo e não tão perfeito.
Não tenho resistido às tentações e não posso viver sem elas. Muitas de minhas tentações são importunas e pesadas; e sinto-me humilhado. Nem eu, muito menos nenhum homem esta livre das tentações enquanto vive, porque em nós mesmos esta a causa de onde elas vêm, pois nascemos com inclinação para o pecado.
Quando passa uma tentação ou tribulação logo surge outra e sempre tenho que sofrer, fujo delas, mas caio nelas mais gravemente. Não posso vencê-las ou fugir-lhes, mas com paciência e verdadeira humildade, me farei mais forte.
Assim como ondas lançam a nau a que falta leme, assim as tentações me combatem quando sou descuido de meu propósito.
As tentações me provam, assim como o fogo prova o ferro. Muitas vezes não sei o que sou, mas a tentação mostra-me o que sou.
Assim enquanto homem vivo e oro para não cair em tentação.

(III Dia)

Aos poucos a palavra de Deus esta penetrando-me, estou deixando-me ser atingido por estes estímulos. A desolação, a crise, a aridez, a frieza, o pessimismo são ação do bom espírito em mim, a força do bem.
O Espírito Santo nos aproxima de Deus e nos ajuda a construir o seu reino.
Hoje surge-me uma questão: Qual a minha missão?
Preciso identificar-me com o que leva-me a adesão profunda a pessoa de Jesus Cristo.
Sou fraco no amor e imperfeito na virtude, por isso necessito que Jesus me fortaleça e console.
Muitas vezes distraio-me com as coisas do mundo.
Não posso mais distrair-me, a distração me leva a má paixões.
Peço ao senhor que me livre das más paixões, que sai de meu coração todos os afetos desordenados, para que como os santos eu seja purificado interiormente, seja apto para amar-vos, forte para sofrer e firme para perseverar no vosso serviço.
Grande é o amor Deus! Por certo é um bem admirável. Que Ele faça leve tudo o que é pesado, que eu suporte com ânimo e sereno todas as inconstâncias.
Senhor faz-me empreender grandes ações e sempre me excite a que é mais perfeita. Quero estar sempre elevado, quero viver livre e isento das afeições mundanas, para que minhas aspirações se elevem a Deus sem obstáculos.
Dilata-me ao amor, dilata a minha alma para viver seu amor e ele me abrasar.
É mister que aquele que ama, abrace a vontade do pai e não se aparte ainda quando a adversidade o persiga.

(IV Dia)

Iluminado pela consolação do Pai, atravesso o deserto repleto de provações e tentações que me fazem pensar a deixar a vocação.

“Estou caindo pela sedução de minha vida anterior”.

Busco o reino celestial, para tal preciso carregar a cruz de Jesus.
Desejo a sua consolação, mas o que encontro é sua tribulação.
Todos querem suas alegrias, mas poucos querem sofrer alguma por ele.
Muitos seguem Jesus até o partir do pão, mas poucos querem beber do mesmo cálice da sua paixão.
Muitos amam a Jesus quando não há adversidades em suas vidas e muitos louvam e o exaltam quando dele recebem alguma consolação.
Porém são poucos aqueles que amam a Jesus e querem seguir seus passos ou imitar sua vida.

(V Dia)

A graça do amor de Jesus esta comigo.
A graça é um dom precioso, que não sofre mistura de coisas estranhas nem de consolações terrenas.
Preciso desviar tudo o que possa ser um impedimento a ela.
Se desejo a graça de Deus, preciso afastar-me das coisas exteriores, preciso apartar-me dos conhecidos e amigos para que meu espírito viva retirado do prazer temporal, preciso ter um coração desapegado de todas as coisas para que minha alma enferma compreenda a liberdade espiritual.
Devo renunciar a mim mesmo para poder imitar a Cristo, pois ele é o caminho direto, a verdade infalível e a vida interminável.

(VI Dia)

Senhor Deus, Pai Santo, agora e para sempre sejais bendito, porque me fizestes discípulo.
Tu sabes o que me convêm e mesmo na tribulação aproveita para me limpar da ferrugem e dos vícios.
O senhor tem tantos e fervorosos discípulos, mas me escolhestes na adversidade, para seguir suas pisadas.
Conheces minhas forças e minhas fraquezas, sabes qual é meu remédio e mesmo assim escolhestes-me como mediador entre o humano e o divino.
Já me condeno pelos erros que cometi, sou humano e a dor me recorda, o desespero me invade e o senhor fica em silêncio, não me fala ao coração.
Onde esta sua voz suave, quero ouvir-te, rasgas os véus de dúvidas que me envolvem, rompe este silêncio, não me condenes.
Sei que a decisão é minha, preciso seguir meu coração, pensar em mim, simular minha vida, de antes e agora.
Como discípulo, reconheço minha cegueira e minha ingratidão, nada mais quero desejar neste mundo do quer ter parte em vosso mister.

(VII Dia)

Em vós pois, Deus e Senhor meu, ponho toda a minha esperança e refúgio, em vossas mãos deixo todas as minhas tribulações e angústias, porque fora de Vós tudo é fraqueza e inconstância.
Preciso ressuscitar!
Ressuscitar é ir ao encontro de outra vida. O verdadeiro homem que esta no projeto de Deus é o ressuscitado. Por isso Jesus é homem pleno e oferece a vida em plenitude.
A esperança nesta vitória é o que explica o nosso engajamento apostólico pelo Reino. E esta esperança provoca em nós uma alegria apostólica de servir.
Impulsionados pela força do Espírito Santo, Cristo nos converte homens e mulheres que experimentam em suas vidas a força do ressuscitado, que se colocam a serviço da Igreja pelo Reino.

(sem título) - se algué quiser sugerir o título, agradeço.

A dor me recorda
O valor da cruz
Meu coração grita
Desespero de quem ama

Voz divina
Não me condenes
Quais razões

Falta de fé
Minha cegueira
Minha ingratidão

Eu lhe peço
Sejas meu amigo
Não sejas indiferente
Mira meu rosto

É sincera minha busca
Anseio por alento
Por abrigo
Por afeto

Mãos vazias
Quero estar junto de ti
Meu coração grita
Desespero de quem ama

No perdão recomeçar
Reconhecer minha cegueira
Minha ingratidão
Não me esqueças em meu canto

Mira meu rosto
Sejas meu amigo
Meu abrigo
Desespero de quem ama.

(VIII) Dia

Foi no silêncio e na solidão que Elias ouviu a voz de Deus na suavidade de uma brisa. Na contemplação, os profetas, em recolhimento, sentiram o chamado e deixaram-se impregnar pelo Espírito, adquirindo forças para sua missão.
Nas atividades do dia a dia nós nos perdemos. Deixamos até de pensar, como escreveu Pascal em um fragmento, um rascunho, talvez perdido em uma gaveta: “O homem foi feito para pensar; nisto a sua dignidade e seu mérito. Seu único dever consiste em pensar bem; e a ordem do pensamento está em começar por si, por seu autor e por seu fim. Ora em que pensa o mundo? Jamais nessas coisas...”
O espírito foi feito para pensar e julgar no Espírito de Deus.
O retiro nos leva às condições para a realização desta grandeza humana.
No silêncio, vamos nos encontrar, primeiro conosco mesmos. Saber que somos criaturas privilegiadas e como temos respondido a essa nossa dignidade. Por atos penitenciais e de fé, no arrependimento, encontraremos a misericórdia de Deus no perdão.
No silêncio e na oração, Deus nos revela sua face e nos fortalece como fortaleceu a Cristo nas tentações.
Assim cada início tem seu fim, e cada fim é apenas um início.
O retiro foi para mim, foi uma pausa para ficar no meu cantinho e poder refletir os meus pensamentos.
No entanto chegou ao fim.
O retiro também teve seu objetivo e seu tempo, mas como disse meu amigo, e já citei anteriormente aqui “a decisão é minha, preciso seguir meu coração, pensar em mim, simular minha vida, de antes e agora”.

Um comentário:

APS disse...

amigo,
sabe onde tem encontro inaciano?
estou em maringa-pr... queria mto ir À um d 8 dias...
se souber me diga
manditasma@gmail.com

Paz e Bem!