sábado, 13 de março de 2010

Amigos não sei

Nem sempre nos compreendemos por inteiro.
Vamos recolhendo pedaços de nós, outrora espalhados pelas estradas que nosso pés pisam.
Hoje recolhi um pedaço que me falava de ti.
Teu nome surgiu, imerso em mim, num abismo onde minha voz se perdia.
Recordo as promessas feitas em que o tempo ainda nos parece eterno e grande demais para o vivermos longe.
Recordo o mar em teus olhos, escondendo segredos, alguns dos quais desvendavas sem medo quando te ouço falar.
Recordo o quanto nunca esqueci de ti, porque te sinto ainda como tatuagem gravada em cada pedaço da minha carne.
Vivo entre o antes e o agora, escondendo de mim o quanto eu preciso de ti.
O quanto preciso que me mostres como dançar, como gritar, como deslizar sobre as nuvens à procura do sol.
E frequentemente encontro os raios de uma estrela soltos na palma da tua mão, cada vez que toca as minhas.
Hoje vejo-me pobre, não porque te tenha esquecido, mas porque não o tenho.
A vida é assim, injusta; ou somos nós os injustos, quando ficamos demasiado absorvido entre os problemas e as rotinas, entre o hoje e o amanhã, entre um problema e uma solução que não chega, quando partimos, quando os outros partem, quando crescemos, que acabamos por enfrentar a vida sozinhos, procuramos gente diferente, coisas novas, esquecendo-nos dos olhos que um dia brilharam para nós.
Aprende-se á custa do próprio sofrimento, que o mais valioso da vida são as pessoas, e que um amigo deve ser sempre cultivado, dentro e fora do coração.
Nunca esqueças aqueles a quem amas.
Apesar da distância, apesar da idade, apesar da vida...
Resta-me a esperança, de onde quer que estejas, estejas feliz, tal como o desejo hoje, onde volto a colocar no coração um pedaço que recolhi de mim e que me falava de ti.

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